3 de abr. de 2010

Adultescencia

De repente, virei adulta. Não foi escolha, não foi saída. Foi outogardo a mim. Decretado.
E não é que agora eu tenha que pagar contas, gerar contas. Andar com talões de cheque. Na verdade, eu até os tenho que fazer, mas aprendi que crescer não é só isso.
O mais divertido, definitivamente, é o "senhora" nas ligações. Ao mesmo tempo é o mais triste (Se eu ainda fosse adolescente, as cobranças só passariam por mim como "Poderia falar com a responsável pela conta?"). A rubrica foi um grande avanço, mas ainda tenho que praticar assinatura. Está tão "fundamental".
Ser adulta, principalmente, me fez enxegar que esses são meros aparelhos dessa nova vida e advém de sentimentos que - enquanto criança - não tive que lidar. Ser adulto é principalmente ser equilibrado.
Só tendo muito equilíbrio para se manter na tênue linha entre o "aparecer demais" e o "camuflar-se na multidão" (quando somos adultos não existe espírito Renascentista que o faça valer o pontencial individual de cada homem). Temos que ser equilibrados para aprender que não podemos confiar em ninguém, pois agora só andamos com adultos e esssas pessoas não têm amigos, no máximo parceiros em potêncial. O equilíbrio se faz necessário para perceber que os adultos mais calejados que te dão corda, não é para te salvar, mas para você mesmo construir sua forca. É preciso se equilibrado para não cair do salto e não fazer feio. É preciso não sair do salto. É preciso não soltar o cabelo. Preciso não rasgar o vestido. Preciso não comer nem beber além da conta. Guardar a espontaneidade, jogar com a cabeça.
O único bom de ser adulto é que se conhece mais sobre si mesmo. Também, como não ser? Depois de ser posta a prova tantas vezes. E se, no final dessas armadilhas, um adulto conseguir sair com a alma ainda viva, quer dizer que não virou adulto ainda.
E se não virou, é sorte. Que depois de adulto, é um pulo pra morte.

Um comentário:

Agnes disse...

Seu? ADOREI! e parabéns pela uerj